Cerca de 10 mil pessoas entre servidores, trabalhadores
de diversos setores, estudantes, representantes de entidades sindicais, de
movimentos sociais e cidadãos participaram na sexta-feira (10/11), no Centro do
Rio, da passeata que encerrou o Dia Nacional de Lutas contra as reformas
golpistas do governo Temer. Além do Rio as manifestações também ocorreram em
diversas cidades do país.
No sábado (11/11) entrou em vigor a reforma trabalhista.
Aprovada sob fortes suspeitas de compra de votos, a reforma é um ataque aos
direitos do trabalhador ao tornar praticamente nulos diversos itens da CLT
(Consolidação das Leis do Trabalho) e incluir o modelo contratual que valida o
acordado sobre o legislado. Assim, o apalavrado entre patrão e empregado valerá
mais do que a lei, um convite à exploração e chantagem por parte do lado mais
forte, os patrões. Ainda que teoricamente tenha entrado em vigor no sábado,
existem diversas ações judiciais contra a reforma e setores do próprio
Judiciário, como a Justiça do Trabalho, informaram que não a aplicarão por ser completamente
inconstitucional.
Nas ruas o sentimento também é de não validação da
reforma trabalhista, rejeitada por 81% da população segundo recente pesquisa
CUT/Vox Populi, e união contra a tentativa de reforma da Previdência, como
ficou provado na passeata da Candelária à Cinelândia. “A Passeata foi boa, ela
cresceu quando entrou na avenida Rio Branco”, disse Jorge Castelhano, servidor
do Ministério da Saúde e diretor do Sintrasef. Ele também lembrou que para barrar
a reforma da Previdência será necessário maior participação popular nas ruas.
“A população tem que ir para a rua, não pode ficar sentado e só agir quando
vier uma demissão ou uma não aposentadoria”, alertou.
Para Castelhano, nesse movimento de tomada de ruas pelos
cidadãos contra a retirada de direitos a participação dos sindicatos será
fundamental e decisiva. “As entidades sindicais tem que unir bases e população
para não deixar a bomba, a perda total de direitos do trabalhador, a barbárie
social, estourar. Vamos para as ruas porque está em jogo nosso futuro”, afirmou.
Diretor do Sintrasef e também servidor do Ministério da
Saúde, Artur Accacio disse que esse será justamente o papel do Sintrasef: “O
que nós temos que fazer é mostrar ao governo a insatisfação do trabalhador, do
povo brasileiro, com a implementação dessas reformas compradas. Não à reforma! O
Sintrasef estará onde for necessário, passeatas, lutas e debates, porque ou
derrubamos as reformas ou eles acabam com os trabalhadores”.
Sangue novo
Para Dumenil Modesto, servidor do Instituto Nacional de
Educação dos Surdos (Ines) e diretor do Sintrasef, a união que reverterá a
reforma trabalhista e impossibilitará a reforma da Previdência partirá
principalmente dos servidores e trabalhadores mais jovens, que hoje têm seus
futuros em risco.
“Os servidores mais jovens têm que ter os seus serviços
garantidos. Eles têm que fazer o país crescer e terem seu crescimento pessoal,
familiar, também. Então eles têm que entrar nessa luta, senão perderão os
direitos e serão mandados embora”, afirmou. (13/11/17)